segunda-feira, junho 15, 2009

Principes e principes

Hoje em dia já não há muitos e dos que restam nem todos são bons. Há três tipos de príncipes:
-Os príncipes medievais;
-Os príncipes modernos;
-Os príncipes falsos.

Os príncipes medievais são aquele tipo que vemos nos filmes, que desejamos que haja alguém assim, com aqueles lindos gestos e uns olhos de morrer. Os modernos são os poucos que existem nos dias de hoje, são amorosos, não digo que não, mas os amo-tes e os carinhos são todos enviados por mensagens,e-mails, comentários de hi5, em que as prendas são simples imagens de flores ou chocolates. Os príncipes falsos são aqueles que pensamos que são príncipes medievais, que nos deixamos iludir, que pensamos que são tudo o que nos desejávamos e de um dia para o outro descobrimos que era tudo uma farsa e que não há sonhos para ninguém.

Confesso que sempre sonhei com príncipes e que um dia gostaria de me sentir como uma verdadeira princesa, rodeada de amor e carinho, acordar com belas surpresas, até que um dia... sim. Um dia encontrei o meu principe. O amor da minha vida. A pessoa que eu mais desejo no Mundo inteiro, a pessoa que eu mais amo, ou que alguma vez amei, o meu principe encantado, o meu cavaleiro andante, o meu amor, alguém que nunca deixarei por nada. A única coisa que não está perfeita como deveria estar é a questão do meu principe ser um principe moderno...

Ele é carinhoso, simpático, amoroso. Ele diz que é romântico, não digo que não o seja, porque em alturas até é bastante, apenas gostava que me desse mais daquilo que sonho...

Secalhar é pedir demais, mas é o que desejo, o que sinto, o que queria para que tudo fosse mais perfeito do que é, para que fosse super-perfeito, ultra-perfeito, para que tudo fosse uma perfeição infinita! Não posso mudar as pessoas, muito menos a pessoa que amo, porque simplesmente não tenho esse direito, mas posso sempre sonhar e escrever aquilo que gostava de ter a mais na minha vida.

Acordei de manhã com uma mensagem simples e romântica escrita de madrugada dizendo que não conseguia dormir porque estava a pensar nas saudades que tinha de mim,nos meus abraços e beijinhos e que me amava muito. Levantei-me e arranjei-me para ficar em casa a fazer nada e de repente, recebi uma chamada no meu telemóvel, anónimo: Bom dia meu amor!Desce as escadas,beijinho,amo-te. Para surpresa das surpresas, ele estava a minha porta! Levou-me a passear pela minha pequena cidade, fomos até a praia. Ele fez um coração na areia e lá dentro escreveu as nossas iniciais: D+A, para que todo o mundo pudesse assistir ao nosso amor, apanhou uma concha,um búzio, deu-ma como símbolo do nosso amor. Fugi dele a dizer que não me apanhava e ele correu atrás de mim, apanhou-me, caímos e rebolamos na areia. Amo-te Andreia, também te amo, e deu-me um beijo. De repente pegou-me ao colo, deu meia volta e mandou-me para dentro de água, estava tanto frio que depois do banho atordoante vestiu-me o seu casaco. Tirou de dentro de uma mochila umas talhadas de melancia fresquinhas. Ficamos agarradinhos a conversar e aos beijos quando começou a chover. Ele abrigou-me debaixo dos seus braços e levou-me de volta para a pequena cidade. Perguntei-lhe o quanto me amava, ele ficou sereno, olhando-me profundamente nos meus olhos, apenas respondeu: Muito Andreia.

Passamos pelo jardim em direcção ao castelo. Já volto amor, disse ele. Respondi: Tudo bem. Voltou com uma mão atrás das costas pedindo para fechar os olhos. Comecei a sentir um cheiro agradável e muito activo. Agora abre... Uma rosa, uma bonita rosa, uma rosa vermelha ou branca, já não me lembro muito bem, mas era uma rosa. Agradeci graciosamente e continuamos o nosso caminho. Começou a escurecer e a lua e as estrelas surgiram. Vês ali aquela estrela brilhante? Sim - respondi eu. Aquela estrela chama-se Sofia. Sofia? Sim, Sofia. Mas tem o meu nome. Sim, eu sei, fui eu que lhe dei o teu nome, porque tu és uma estrela, és a minha estrela e aquela estrela a partir de agora é tua. Dei-lhe um enorme beijo com lágrimas a escorrerem-me pela face. Obrigada amor, obrigada. Pegou-me na mão e beijou-a, levou-me dali para um sítio que eu nunca antes tinha visto. Era tipo descampado com uma lagoa, onde o reflexo da lua era bem visível na água. Tirou da sua mochila mais uma pequena surpresa: um termo cheio de chocolate quentinho. Ali ficamos a beber até à última gota, estava um frio... Sem eu dar conta ele tirou uma manta da sua mochila e pôs delicadamente por cima de mim ao mesmo tempo que me dizia ao ouvido: Amo-te muito sabes? Sei sim, eu também te amo. Estava a ficar tarde e então ele levou-me a casa, subiu as escadas comigo e despediu-se a minha porta de casa. Deu-me um beijo na testa e referiu o quanto eu o fazia feliz, o quanto estava feliz por estar comigo, por me ter como sua namorada. Partilhei com ele esse sentimento mutuo e desejei-lhe boa noite. Quando já estava deitada na cama recebi uma mensagem: Espero que tenhas gostado do dia, faço tudo para te ver sorrir, amo-te meu amor@@. Adormeci ao lado do telemóvel com a mensagem dele aberta e a minha rosa ao lado. Foi um dia de sonho.

Sim, porque tudo isto não passa de um sonho, o sonho de o meu príncipe moderno se transformar num autentico príncipe medieval, sou feliz com ele, mas todas as raparigas sonham com dias assim, todas as raparigas sonham com surpresas românticas, convites especiais, prendas amorosas, desde uma simples flor até uma foto do casal. Enfim, e eu, sendo rapariga que sou, sonho também com isto. Porque o desejo e amor pelo meu príncipe me faz desejar muito mais isto, me faz querer mais e mais, tudo porque o amo demais para poder ficar indiferente a todas as fantasias. Sei que não irá acontecer, porque as pessoas são diferentes e ele, apesar de ser romântico, não o é assim. Mas nada me impede de voar no meio da minha fantasia a paixão, com esperança que ele um dia sinta necessidade de me fazer ainda mais feliz do que já faz, e se me faz feliz! Muito mesmo! Mas como já disse, amo-o tanto que parece que não me chega, preciso de mais,mais e mais.

Daí as saídas dele com os amigos, chegando as 4h,5h da manhã me custarem tanto e ficar tão triste. O gastar excessivo de dinheiro em almoços, lanches, jantar, saídas, bebidas. As idas aqui e aculí sem nada dizer, a não ser quando já se encontra no local. As demoras do telemóvel. As constantes palavras de "tu é que sabes" "como tu quiseres". A pouca sensibilidade em determinados aspectos. A falta de crença em minha pessoa. Tudo isso me deixa triste, tudo isso me deixa mal. Ao ponto de parecer que todo este amor por vezes parecer que só uma das pessoas sem comporta apaixonadamente. Apesar de não ser verdade, às vezes é o que da a entender. Apenas gostava de me sentir uma verdadeira princesa, feliz para sempre com o meu príncipe. Como já referi anteriormente. Que me fizesse surpresas, que me convidasse para ir a algum lado, que combinasse coisas comigo em vez de ser sempre eu a escolher um dia, que falasse mais da sua vida comigo, que me enchesse de mimos, que me desse prendas, um chocolate, uma flor, uma fotografia, um peluche, uma carta, um simples papel rasgado escrito a tinta azul onde se pudesse ler Amo-te@.

Não pensem que peço muito, porque não peço, apenas peço o que todas as raparigas pedem, um romance de sonho, um romance invejável, um romance daquelas que dê gosto contar aos filhos, aos netos, aos sobrinhos, a família, ao mundo. Um romance daqueles que não se esquece. Afinal, sou miúda, e sim, é isso que as miúdas querem. Um romance romântico cheio de sonhos e fantasias para a vida toda.